Cavando nossa própria cova com a mente gulosa - Parte 1
Os ocidentais foram um dos primeiros povos do mundo que puderam se dar ao luxo de se bombardear
de
comidas hipercalóricas e com poucos nutrientes,
frequentemente chamadas de calorias vazias ou de junk food. Quando falo em “calorias vazias” estou
me referindo a alimentos deficientes em nutrientes e fibras. Uma porcentagem cada vez maior de brasileiros tem esse tipo de alimentação
calórica ao mesmo tempo que permanece sedentária — uma combinação perigosa- e a maior parte das vezes a longa jornada de
trabalho é estressante também.
A obesidade já é um dos maiores problemas de saúde do Brasil e, se a tendência se mantiver, todos os adultos brasileiros
serão obesos em 2048! Os Institutos
Nacionais de Saúde estimam que a obesidade dobra o risco de mortalidade, sendo responsável por um custo de R$ 100 bilhões ao ano para a sociedade. A situação
é especialmente desanimadora para aqueles que fazem dieta.
Depois de investir
muito dinheiro em tentativas de emagrecimento, 95% das pessoas recuperam o peso perdido e até ganham alguns quilos a mais em um período de três anos – é o tal do “efeito
sanfona”. Esse enorme fiasco se deve à grande maioria dos métodos de emagrecimento e das dietas.
A
obesidade e suas sequelas são um sério desafio para os médicos.
Tanto clínicos gerais quanto especialistas no assunto não conseguem provocar um efeito
prolongado na saúde da maior parte de seus pacientes. Estudos apontam que o peso perdido no começo dos tratamentos é logo recuperado. Pessoas com uma genética
propícia a armazenar gordura
podem
ter tido
vantagem na luta pela sobrevivência durante períodos de fome ou quando, há milhares de anos,
a comida era escassa.
Nosso cérebro é nosso maior inimigo no processo, para ele retirar a gordura do
corpo, é uma loucura! Para ele a gordura é uma reserva (uma poupança) para
épocas de “vacas magras”.
Mas, nos dias de hoje, com técnicas modernas de estocagem e produção de alimentos, o que era um privilégio genético
se tornou um fardo. Quem tem pais obesos tem dez vezes mais chances de se tornar
obeso. Além disso, famílias obesas tendem a ter animais de estimação
também obesos,
o que obviamente não é responsabilidade da genética.
Dessa forma,
o que determina a obesidade é uma combinação de más escolhas alimentares, sedentarismo,
má administração de dietas e predisposição genética. No mais,
ninguém pode
mudar os genes que recebeu, e culpá-los não resolve o problema.
O que as pessoas
querem hoje em dia não é uma análise honesta sobre as causas
da obesidade, e sim uma cura milagrosa —
uma dieta mágica ou algum artifício que dispense qualquer esforço.
A obesidade não se resume a uma questão estética — o sobrepeso reduz a
expectativa de vida, como confirmam muitos estudos. Indivíduos acima do peso são mais propensos a morrer precocemente por diversos motivos,
incluindo
doenças do coração e câncer.
Dois terços dessas pessoas também apresentam
hipertensão, diabetes, doenças cardíacas ou
outros problemas relacionados à obesidade, uma das maiores causadoras de morte precoce nos Estados Unidos, por exemplo, pois no Brasil esses dados são
incoerentes.
Como dietas
quase nunca funcionam e a obesidade representa um enorme risco de vida, mais e mais pessoas aderem desesperadas à medicamentos e procedimentos
cirúrgicos para perder peso.
• Redução da expectativa de vida
• Diabetes tipo 2
• Hipertensão
• Artrite degenerativa
• Doenças da artéria coronária
• Câncer
• Distúrbios lipídicos
• Apneia obstrutiva do sono
• Cálculo biliar
• Infiltração de gordura no fígado
• Doença pulmonar restritiva
• Doenças gastrointestinais
Os resultados
que eu e muitos
de
meus pacientes
obtém usando as
diretrizes do
método de
treinamento mental são equiparáveis aos resultados que podem ser adquiridos com cirurgias de redução de peso, com a vantagem de
não terem
o mesmo índice de morbidade e mortalidade.
Cirurgias para redução de peso e seus riscos
De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde,
é comum que pacientes submetidos
a gastroplastias
e a cirurgias
de
redução de estômago apresentem feridas e problemas de coagulação. O paciente pode ainda ter
complicações
nutricionais e metabólicas,
gastrite,
esofagite, estenose na saída gástrica e hérnia
abdominal. Mais de 10% dos pacientes precisaram se submeter
a uma segunda cirurgia para reparar problemas gerados pela primeira.
COMPLICAÇÕES QUE A CIRURGIA BARIÁTRICA PODE TRAZER EM UM PERÍODO DE 14 ANOS
Deficiência de vitamina B12
|
239
|
39,9%
|
Reinternação por motivos diversos
|
229
|
38,2%
|
Hérnia incisional
|
143
|
23,9%
|
Depressão
|
142
|
23,7%
|
Rompimento da linha de grampo
|
90
|
15%
|
Gastrite
|
79
|
13,2%
|
Colecistite (inflamação da vesícula biliar)
|
68
|
11,4%
|
Problemas de anastomose (costura entre o estômago novo e o intestino desviado)
|
59
|
9,8%
|
Desidratação e desnutrição
|
35
|
5,8%
|
Dilatação da bolsa gástrica
|
19
|
3,2%
|
Dieta perigosa
Além de nos submetermos a cirurgias extremamente arriscadas,
somos
bombardeados por
uma série de dietas enganadoras que prometem combater a obesidade.
Quase todas são ineficazes.
Elas não funcionam porque não importa
quantos quilos você perca enquanto está de dieta: todos voltam assim que as dietas acabam.
Medir porções e tentar
ingerir
menos calorias, o que costumamos chamar de dieta, não resultam em uma perda de peso permanente e em geral piora a situação a longo prazo. Esse tipo de “dieta” diminui temporariamente sua
taxa metabólica, o que acarreta em um ganho de peso ainda maior
ao sair do
regime.
Você fica mais gordo do que era antes. Isso faz com que muita gente
entregue os pontos e diga:
“Eu
tentei de tudo e nada funcionou, deve ser
genético.
Quem
não desistiria se estivesse no meu lugar?”
Você talvez já saiba que a “solução” convencional para o sobrepeso —
dietas hipocalóricas —
não funciona. Mas talvez você não saiba por
quê. A resposta é simples,
embora frequentemente ignorada:
a maioria das pessoas não engorda por causa da quantidade de comida ingerida, e sim pelo que elas comem. A ideia de que as pessoas ficam gordas porque consomem uma grande quantidade de comida é um mito.
Comer grandes
quantidades
do alimento certo é o
segredo
do sucesso
e é isso que torna esse plano eficiente para o resto de sua vida. O que faz tanta
gente engordar
não é o fato de comer muito, mas o fato de que boa parte das
calorias consumidas
vem de gordura e carboidratos
refinados
e de alimentos
com
poucos nutrientes. Essa dieta pobre em nutrientes cria um ambiente celular
favorável ao aparecimento de doenças.
Independentemente do seu metabolismo ou genética, você pode ter um peso
normal desde que inicie uma dieta rica em nutrientes. Considerando que a maioria
dos brasileiros
hoje é obesa, não dá para dizer
que o problema seja prioritariamente genético.
Embora os genes tenham lá sua importância, atividade física e escolhas
alimentares desempenham um papel muito mais relevante. Em estudos feitos com
gêmeos idênticos com tendência ao sobrepeso, cientistas descobriram que a atividade física é o principal fator determinante do
percentual de gordura corporal e
abdominal de uma pessoa.
Mesmo pessoas com forte histórico familiar de
obesidade conseguem perder peso de modo eficaz quando aumentam o nível de
atividade física e mantêm uma dieta apropriada.
Na grande maioria dos casos, as pessoas engordam por
fazerem pouca atividade
física combinada a uma dieta hipercalórica e pobre em nutrientes. A principal vilã é uma dieta cheia de alimentos com pouca fibra e muita caloria —
como óleos e carboidratos refinados.
Enquanto você comer comidas gordurosas e carboidrato refinado será impossível
perder peso com saúde. A combinação viciosa de um estilo de vida sedentário e o
consumo de comida “tipicamente” americana (rica em gordura, pobre em fibras) é o principal motivo pelo
qual os Estados Unidos têm uma população inacreditavelmente obesa.
Outro
aspecto que considero de extrema importância é a falta de treinamento para quem
controla todo o seu corpo: SUA MENTE. Se não condicionar sua mente para mudar
seu padrão de comedor, você não emagrece para sempre.
Este artigo pode não agradar
aqueles que se encontram em negação a respeito de
seus próprios
hábitos
alimentares e aos
hábitos
de seus
filhos. Muitos farão qualquer
coisa para continuar
seu
caso de amor com alimentos causadores de doenças e sacrificarão a saúde nesse processo
– daí a importância de “tratar” a mente antes de tudo.
Há quem prefira não saber sobre os
perigos de sua dieta insalubre porque pensa que estudar o
assunto
vai interferir em
seu prazer de comer. Essas pessoas estão erradas. Comer de maneira saudável pode ser ainda mais prazeroso.
Quando precisamos desistir de algo que nos dá prazer, nosso subconsciente
prefere ignorar evidências sólidas ou
ainda defender
posições sem sentido para preservar o objeto
de prazer. Há
quem defenda ferozmente seus
hábitos
alimentares pouco saudáveis. Outros apenas argumentam:
“Eu já tenho uma alimentação saudável”
mesmo que isso não seja verdade.
Há uma resistência geral à mudança. Seria
muito mais fácil se nos fossem
transmitidos desde pequenos a importância científica de consumir
nutrientes e os hábitos alimentares saudáveis. Infelizmente, as crianças nunca comeram tão mal
quanto hoje.
Boa parte das
pessoas não sabe que o tipo de comida que dão aos filhos hoje
aumenta as chances de eles contraírem câncer mais adiante. Elas não se dão
conta de que comer fast-food pode ser tão arriscado (ou mais) quanto deixar seus filhos fumarem.
Você não deixaria seu filho se sentar
à mesa para jantar
fumando charutos e bebendo uísque porque isso não é socialmente aceitável,
mas não há problema se ele beber
refrigerante, comer batata frita em gordura trans e hambúrgueres
regularmente.
Muitas crianças comem biscoitos, bolos e doces diariamente. Os pais têm dificuldade em
entender como o consumo desses alimentos leva a uma destruição lenta e insidiosa do potencial genético de suas crianças e ao surgimento
de
doenças graves – é o meio agindo nos genes – chamamos isso de
“epigenética”.
Seria utópico nutrir
sentimentos otimistas a respeito da saúde e do bem-estar da
próxima geração quando há um crescimento sem precedentes no peso médio das
crianças e um recorde no nível de obesidade infantil no
Brasil.
Outro
estudo baseado em
autópsias e publicado
no New England Journal of Medicine descobriu que mais de 85% dos adultos com idades entre 21 e 39 anos já
apresentam alterações ateroscleróticas
em suas artérias
coronárias. Estrias gordurosas e placas fibrosas cobriam grande parte dessas artérias. Todo mundo
sabe que junk food não é saudável, mas poucos entendem suas consequências: doenças graves que provocam risco de vida. É evidente que o tipo de alimentos que ingerimos na infância influencia nossa saúde no futuro e pode contribuir
para uma eventual morte prematura.
Há uma quantidade considerável de dados indicando que se alimentar mal na infância tem mais impacto na incidência de certos tipos de câncer do que se alimentar mal em outras fases da vida.
Estima-se que cerca de 25% das crianças em idade escolar
hoje sejam obesas. A obesidade infantil prepara o terreno para
a obesidade adulta. Uma criança acima do peso desenvolve doenças cardíacas mais
cedo. Dados sobre a mortalidade sugerem que estar acima do peso no começo da vida adulta seja mais perigoso do que se isso ocorrer anos depois.
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